1/3/2022

25 estudantes de escola pública de Porto Feliz conquistam vagas em Etecs da região

O grande número de aprovação de estudantes de uma escola pública de Porto Feliz no vestibulinho das Escolas Técnicas (Etecs) da região tem repercutido naquela cidade, com estudantes, pais e educadores orgulhosos dos resultados alcançados. Pelo menos 25 alunos da Escola Municipal Coronel Esmédio conquistaram vagas, o que para os professores representa uma vitória por todo o trabalho realizado, principalmente durante a pandemia, em que tiveram de se desdobrar para realizar aulas remotas. Para comemorar, os educadores fizeram uma homenagem aos alunos, que receberam um kit personalizado com 4 livros de literatura.

A escola atende estudantes do 1º ano ao 9º ano do Ensino Fundamental. “Depois de dois anos de pandemia, ensino remoto, anos que os professores se desdobraram para atender todos os alunos com qualidade, é uma imensa satisfação para nós da Coronel Esmédio receber esses resultados”, afirma o diretor, Daniel Piasentin.

De acordo com o professor de História Carlos Carvalho Cavalheiro, que leciona na escola Coronel Esmédio desde 2006, foram aprovados 25 alunos com certeza absoluta, porém a equipe escolar recebeu notícia de outros estudantes que estavam como suplentes e foram chamados. “Não sabemos precisar quantos são porque tem várias Etecs na região”, completa Carlos. Como diversos estudantes também passaram no Instituto Federal, acabam desistindo das Etecs e dando lugar aos que aguardavam na lista de espera.

Carlos é um dos professores que está orgulhoso do grande número de aprovações. “Eu dou aula para o 9º ano e neste momento de formação, em que se encerra todo um ciclo do Ensino Fundamental, eu procuro passar para os alunos diversas ferramentas de estudo, principalmente as que são de composição textual, como por exemplo como se elabora um texto, também proponho reflexões sobre atualidade, relação entre passado e presente… Como é o último ano, isso tem ajudado”, afirma.

Devido à pandemia, Carlos conta que a equipe teve de aprender a “trocar pneu com o carro andando”, como diz um ditado. “A gente teve de se reinventar, naquela tentativa de erros e acertos. Foram momentos de dificuldades porque tudo era novo, recente, não tínhamos experiência nenhuma nessa questão de ensino a distância, que fomos obrigados a promover em muitos momentos.”

A maior preocupação era como fazer para não perder a qualidade do ensino, ainda que fosse por outros meios que não as aulas tradicionais presenciais. “E no fim foi muito gratificante para a equipe toda, professores e gestão. Ter um resultado como esse é um parâmetro que a gente pode utilizar para dizer que nosso trabalho frutificou, teve algum resultado”, completa.

Ainda conforme Carlos, deve-se levar em consideração que alunos de todas as escolas estavam aptos a participar das provas do vestibulinho. “E nós alcançamos um número muito significativo de alunos que conseguiram essas vagas, apesar de todo o contexto pandêmico. Isso pra nos é muito gratificante porque significa que a equipe toda tem trabalhado com qualidade tão excelente, modéstia à parte, que trouxe ao final resultados que mesmo escolas com estruturas melhores, às vezes particulares, não conseguiram atingir. Chegamos a um ponto em que os alunos, tendo alcançado as vagas, fizeram com que a gente tivesse uma certeza que o trabalho conseguiu ser realizado, a despeito de tudo. Isso faz com que as pessoas renovem a crença no ensino público, que é o que a gente mais precisa hoje.” (Por Daniela Jacinto, da equipe Estudos em Sorocaba & Região)