29/1/2022
Sorocaba terá Escola Preparatória para Futuros Cientistas
O professor Fábio de Lima Leite, coordenador geral do Programa Futuro Cientista (PFC), da UFSCar Sorocaba, anuncia que ainda neste ano a cidade terá uma Escola Preparatória para Futuros Cientistas, que funcionará de forma permanente, visando atender alunos de unidades de acolhimento (conhecidas antigamente como orfanatos). A novidade se tornará possível após o recebimento de um aporte financeiro de R$ 20 mil oriundos do Prêmio Péter Murányi 2021-22, edição Educação. Trata-se de um dos maiores prêmios do Brasil, um reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo PFC, que conquistou o terceiro lugar, ao lado de projetos da USP e da Unicamp.
Conforme Fábio, do Departamento de Física, Química e Matemática (DFQM-So) da UFSCar Sorocaba, a cerimônia de premiação será realizada em abril. Pode ser que o valor, que será investido na criação da Escola Preparatória, ainda precise de complemento, e se assim for, Fábio pretende contar com ajuda da iniciativa privada ou mesmo apoio do poder público.
A proposta é que a Escola Preparatória para Futuros Cientistas funcione de segunda a sexta-feira e seja voltada exclusivamente a estudantes do 2º e 3º anos do ensino médio, oriundos de unidades de acolhimento. Além de descobrir talentos para a ciência, o objetivo é ajudar os estudantes para que cheguem na universidade. Eles serão preparados para o vestibular e, junto com as disciplinas clássicas como Língua Portuguesa, História, Matemática, o currículo contemplará aulas de metodologia científica.
Ainda de acordo com Fábio, os estudantes aprenderão como um cientista trabalha. Irão saber mais sobre a prática científica, desde a rotina de um pesquisador até a realização de experimentos. “A ideia é que saibam escrever um projeto, que estejam aptos, por exemplo, para trabalhar em laboratório… No Brasil temos ensino técnico mas não tenho conhecimento de termos ensino científico. Acredito que esse será o primeiro curso do País”, afirma, empolgado, o professor.
Para as aulas, a ideia é ter estudantes de cursos de graduação ensinando os alunos da Escola Preparatória. Esses alunos de graduação receberiam bolsa de estudos para a tarefa, o que por outro lado é um incentivo a eles e à prática docente.
A Escola Preparatória pode iniciar de modo presencial ou virtual. “Vai depender da pandemia”, avisa Fábio. E fará parte do Programa Futuro Cientista, que é algo mais amplo. “Ele é um plano de vida, em que o estudante participa desde o 5º ano do Ensino Fundamental e continua até o 3º ano do Ensino Médio”, explica Fábio.
Um detalhe é que Fábio já concretiza a Escola Preparatória dentro do PFC, porém não é um projeto permanente, mas uma edição especial, que acontece apenas uma vez por ano. Agora a diferença é que será uma proposta ininterrupta, voltada a estudantes de unidades de acolhimento, frisa ele.